Vivemos numa era onde muitos associam força com brutalidade, ou eficácia com movimentos feios e desajeitados. Mas essa visão é limitada.
A verdadeira eficácia não é suja nem caótica. Ela é limpa. Clara. E até bela.
Quando um movimento é eficiente, ele é também fluido.
Quando um corpo está bem treinado, ele não desperdiça energia.
E essa economia, essa naturalidade, é o que dá beleza real ao gesto.
A Ilusão do Movimento Complicado.
O erro não está na beleza do movimento.
O erro está em complicar por ego.
Treinar movimentos que só funcionam em contexto artificial, onde tudo está a favor.
Uma técnica bela não precisa ser rebuscada.
Uma simples estocada de sabre, bem executada, é letal e hipnotizante.
Um simples pontapé, dado com peso e precisão, é mais eficiente (e mais bonito) do que mil acrobacias mal feitas.
A Simplicidade Refinada.
Ser simples não é ser básico.
Ser simples é ser refinado.
Refinar um gesto até ele se tornar natural.
Limpar as tensões desnecessárias.
Atingir aquele ponto onde o corpo se move sem esforço aparente.
Essa simplicidade, fruto de treino consciente, é o que dá ao praticante a verdadeira liberdade de ação.
Não é sobre dirty tricks. É sobre profundidade.
Há quem confunde eficácia com jogo sujo.
Com pancadas aleatórias, com brutalidade.
Isso é o caminho fácil.
Mas fácil não é igual a eficiente.
O praticante que se dedica a entender o corpo, a postura, a distância, a leitura do adversário, descobre rapidamente que o caminho mais eficaz é também o mais elegante.
Quem vê de fora pode até não entender o que aconteceu.
Mas quem sabe, sabe.
A simplicidade é invisível para quem não está pronto
Muitos neófitos não percebem a profundidade de um gesto simples.
Acham que só os movimentos vistosos são eficazes.
Mas no combate real, é a sutileza que faz a diferença.
Um pequeno ajuste de ângulo.
Um relaxamento no momento certo.
Um passo preciso.
É nesse nível que a simplicidade revela sua verdadeira força.
Mikael Martins, Fundador do Mentadorio
